Assistido pela Defensoria tem direito a estudo em escola técnica reconhecido

Decisão judicial tardia: julgamento de recurso sobre educação básica saiu com ele já na universidade

PresoInjustamente 05 06

Janaína Andrade, coordenadora da Regional de Aquidauana, uma das defensoras do jovem indígena (crédito da foto: Arquivo)


Texto: Matheus Teixeira

Um jovem indígena, de 18 anos e morador de Aquidauana, conseguiu ter seu direito de acesso ao ensino médio integrado ao técnico respeitado, a partir de uma ação judicial proposta pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Hoje, após ter concluído a educação básica do modo que queria, é estudante de Zootecnia.

Resumo da notícia feito com Inteligência Artificial (IA), editado por humano: Com apoio da Defensoria Pública de MS, um jovem indígena de Aquidauana garantiu o direito de estudar no Centro de Educação Profissional da cidade, onde concluiu o ensino médio integrado ao técnico. Hoje, cursa Zootecnia.

 

Em 2 de abril de 2024, quando o assistido tinha 16 anos, foi transferido compulsoriamente do Centro de Educação Profissional de Aquidauana (Cepa) para outra unidade escolar sem justificativa razoável. A Defensoria entrou, então, com mandado de segurança e pedido de liminar (decisão provisória que atende totalmente ou em parte o pedido). Consta nos autos que o Cepa é a única instituição educacional de Aquidauana que oferece a modalidade Educação do Campo, ênfase que era de interesse do garoto, tanto que hoje é aluno de Zootecnia.

“O diretor do Cepa, sem qualquer instauração de procedimento e direito à ampla defesa, determinou a transferência compulsória, afirmando que o adolescente não fazia mais parte do grupo de alunos” contextualiza Janaína de Araújo Sant'Ana Andrade, defensora pública coordenadora da 11ª Regional de Aquidauana e titular da 1ª Defensoria Pública Cível de Aquidauana.

A defensora do caso reconhece, a partir de informações do assentamento escolar do então aluno, que ele cometeu infrações leves no Cepa, mas, como não passou por suspensão, qualquer transferência compulsória é proibida pelo regimento escolar. A liminar pedida foi concedida em 3 de junho de 2024. Portanto, ele ficou esses três meses sem estudar até que a decisão provisória saísse.

Em 30 de setembro de 2024, veio a sentença… O juiz negou que o rapaz pudesse se matricular de volta no Cepa. Como a defensora Sara Curcino Martins de Oliveira entrou com recurso, ele conseguiu continuar estudando no Cepa até finalizar o ensino médio no fim do ano passado. O recurso veio a ser julgado somente neste ano, com ele já formado, e foi favorável aos estudos dele no Cepa.

 

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Defensora Sara Curcino Martins de Oliveira interpôs último recurso do caso (crédito da foto: Arquivo)

Defensoria Pública-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul

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