Segunda edição do evento aconteceu nesse sábado em Campo Grande, 28/06, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
Texto: Carla Gavilan Carvalho Nantes
Mais de 120 pessoas trans e transexuais tiveram acesso à mudança de nome e gênero a partir do atendimento da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul.
Os números são de Campo Grande e foram registrados no último ano, entre junho de 2024 e junho de 2025, pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), coordenado pela defensora pública Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante.
Resumo da notícia feito com Inteligência Artificial (IA), editado por humana: Entre junho de 2024 e junho de 2025, mais de 120 pessoas trans e transexuais em Campo Grande tiveram seus nomes e gêneros retificados com apoio da Defensoria Pública de MS. O serviço gratuito foi destaque na segunda edição do evento realizada em 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, com atendimento a 59 pessoas.
Idealizadora do projeto “TRANSformando Histórias - retificação de nome e gênero”, a defensora comenta a importância do serviço oferecido de forma gratuita e facilitada no enfrentamento ao preconceito, durante a segunda edição do evento, realizada nesse sábado (28) na Capital.
Coordenadora do Núcleo dos Direitos Humanos da Defensoria Pública de MS, Thaisa Defante.
“Toda a pessoa tem o direito de ser reconhecida pelo que ela é, pelo que ela se identifica, sem preconceito, e isso começa desde como ela quer ser chamada. A partir desse nome que ela escolheu também estamos garantindo a ela o direito à vida e à história da dela”, afirmou a coordenadora.
Histórias como a de Kaio Henrique dos Santos, que aos 28 anos conta como a mudança nos documentos pessoais fortalece os desafios diários de ser uma pessoa trans e transexual.
Kaio Henrique dos Santos foi um dos assistidos do evento.
“Eu vim do interior do estado, onde não tive muita vivência sobre o que era ser uma pessoa trans. Daí eu cheguei em Campo Grande para fazer faculdade, conheci pessoas trans e entendi que estava faltando algo na minha vida e comecei minha jornada de reconhecimento. Mudar meu nome e gênero vai mudar muita coisa, porque é uma luta que temos diariamente. E depois de entender esse processo pessoal, a gente passa a bater no peito e a falar que é isso que a gente quer. Nada mais impede a gente de ser o que a gente é”, explica o assistido.
Washington Martins Benites soube do atendimento especial por meio de uma mensagem no whats e achou que era fake news.
No atendimento, Washington assinou pedido para mudança do nome na Certidão de Nascimento.
“Eu pesquisei para ver se era verdade, vi que era sério e pensei: agora é a minha chance, eu vou mudar meu nome agora. Vai ser mais fácil, até mesmo, para eu arrumar um emprego, porque é muito preconceito que a gente sofre. Não é todo mundo que entende o que a gente sente, o que a gente é”, detalha.
Parcerias
"TRANSformando Histórias 2" foi realizado pela Defensoria Pública de MS e instituições parceiras.
O “TRANSformando Histórias 2” aconteceu no último sábado, 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, atendeu 59 pessoas e foi realizado em parceria com o Tribunal de Justiça, por meio da Justiça Itinerante, do Ministério Público do Estado, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades no MS (Ibrat), da Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATTMS), do Coletivo Transpor, da Associação dos Registradores Civis de Pessoas Naturais de Mato Grosso do Sul (Arpen/MS) e do Governo do Estado de MS, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+.
“Toda a pessoa tem o direito de ser reconhecida pelo que ela é, e isso começa desde como ela quer ser chamada”, diz a coordenadora.
“Essas ações acabam a gente transmitindo, conseguindo conferir mais cidadania para todo mundo, conferir documentos básicos mesmo, principalmente falando especificamente da ação de hoje, que é dos transgêneros, a gente consegue ver ações como essa felicidade da pessoa”, declarou o presidente da Arpen/MS, Lucas Zamperlini.
No evento, o juiz de Direito da Justiça Itinerante, Cézar Miozzo, enfatizou que “as pessoas têm o direito de viverem como elas são.
Evento realizado no sábado (28), em Campo Grande, atendeu 59 pessoas.
Para a promotora Paula Volpe, “os esforços coletivos geram um resultado muito melhor. É sempre uma alegria para nós, do Ministério Público, poder participar, colaborar e trabalhar junto com a Defensoria Pública”.
O Ibrat foi representado no evento pelo coordenador adjunto, Theo Toledo; a Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+, pelo subsecretário Luan Henrique da Silva Souza; a ATTMS, pela coordenadora Mikaela Lima; e o Conselho Regional de Psicologia por João Vilela.