Evento foi realizado na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande.
Texto: Vitor Ilis
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul realizou, na última sexta-feira (22), uma Roda de Conversa com o tema “Saúde Mental e o Enfrentamento da Violência Contra a Mulher”. O evento, idealizado pelo Núcleo de Defesa das Mulheres (Nudem), integrou a programação dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher e foi realizado na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande.
A coordenadora do Nudem e defensora pública de segunda instância, Zeliana Luzia Delarissa Sabala, destacou que a atividade reflete o compromisso da Defensoria com a proteção integral das mulheres, que busca não apenas a responsabilização dos agressores, mas também medidas preventivas que contribuam para uma sociedade mais igualitária.
“Essa é uma luta que não depende só de nós, mulheres, mas de aliados que enxerguem que a violência não pode ser naturalizada e precisa ser enfrentada no dia a dia, ao nosso redor, dentro da família”, relatou.
Psicóloga e pesquisadora Valeska Zanello e a Coordenadora do Nudem, Zeliana Sabala.
A palestra foi conduzida pela psicóloga e pesquisadora Valeska Zanello, que abordou a relação entre as desigualdades de gênero e as condições de saúde mental das mulheres, além de propor reflexões sobre masculinidades e feminilidades.
De acordo com a psicóloga, a violência contra a mulher deve ser compreendida, também, sob a ótica cultural e relacional, e estratégias de enfrentamento precisam integrar ações voltadas para a saúde mental das vítimas.
“Eu venho da psicologia clínica e trabalho, com os processos de subjetivação. Quais são as emoções em que são ensinadas e produzidas na nossa cultura e que vulnerabilizam as mulheres? Sobretudo, uma certa forma de amar, uma idealização desse amor e uma autorresponsabilização pela mudança dos homens. Isso promove a violência contra as mulheres, naturaliza essa violência e vulnerabiliza as mulheres em relações abusivas”, detalhou a psicóloga.
Para Nádia Rodrigues de Oliveira Jacobso, assistente social da Casa da Mulher Brasileira, a abordagem foi essencial para destacar a importância de atuar tanto com as mulheres quanto com os homens.
“Não basta só a mulher ser orientada; o homem, que muitas vezes pratica a violência, também deve rever conceitos e entender sua participação para que possamos realmente acabar com a violência”, afirmou.
O evento teve a participação de profissionais que trabalham no acolhimento de mulheres vítimas de violência e de representantes da sociedade civil.
A programação dos 21 Dias de Ativismo segue até dezembro, com ações promovidas pela Defensoria e parceiros para ampliar o debate sobre direitos das mulheres e combate à violência de gênero.