Texto: Guilherme Henri
No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o “Outubro Rosa”, a defensora pública de Segunda Instância, Christiane Maria dos Santos Pereira Jucá Interlando, compartilha sua luta contra a doença e faz um apelo para a prevenção.
A defensora conta que, quando tinha 39 anos, mãe de duas filhas pequenas, foi diagnosticada com câncer de mama após um exame de rotina.
“Apesar de não apresentar sintomas visíveis, como nódulos ou alterações na pele, a mamografia revelou um BIRADS 4, seguido pelo diagnóstico de carcinoma após uma core biopsy. Devido a um histórico familiar da doença, realizava exames preventivos anualmente e, antes dos 40 anos, já fazia mamografias regularmente. A notícia me tirou o chão. O pensamento imediato foi: ‘vou morrer’”, relembra.
Luta
A rapidez do diagnóstico levou a uma agenda cirúrgica imediata. A defensora passou por uma mastectomia bilateral e, ainda no hospital, foi informada de que precisaria enfrentar quimioterapia.
“Foi um ano e meio de tratamento, a cada 20 dias. Na primeira sessão, passei muito mal e os cabelos começaram a cair. A perda dos cabelos foi uma dor maior do que a retirada dos seios, substituídos por próteses de silicone durante a cirurgia”, diz.
A defensora de segunda instância também falou sobre os desafios emocionais que enfrentou durante o tratamento.
“Enquanto lutava para manter a esperança, duas conhecidas que também lutavam contra o câncer de mama faleceram, o que me abalou profundamente.
Memórias
Mesmo em meio aos ciclos debilitantes de quimioterapia, a defensora levou as filhas em viagens marcantes, como à Disney e em um cruzeiro de Natal, criando memórias inesquecíveis.
“Eu queria viver, e por achar que ia morrer, quis deixar boas lembranças para minhas filhas”, lembra.
Hoje, anos após o fim do tratamento, a defensora continua sob vigilância médica constante. Além das mamografias e exames de sangue regulares, ela descobriu, por exames genéticos, que possui duas síndromes: BRCA, ligada ao câncer de mama, e a síndrome de Li-Fraumeni, um fator hereditário transmitido às suas filhas.
Prevenção
Em 2019, a defensora pública de Segunda Instância foi novamente diagnosticada com câncer, desta vez de intestino, detectado precocemente e tratado com sucesso.
A defensora Christiane fala com serenidade sobre as sequelas do tratamento, que incluem menopausa precoce, edemas e gordura no fígado, mas vê na sobrevivência sua maior vitória.
Ao compartilhar sua história, ela espera alertar e encorajar outras mulheres sobre a importância da prevenção.
“Não deixem de consultar seu médico e realizar seus exames regularmente. A mamografia e a colonoscopia salvaram minha vida e podem salvar a sua também. “A prevenção é nossa maior aliada”, finaliza.