Coordenadora do Nudedh, defensora pública Thaisa Raquel Defante junto com lideranças do setor na abertura do encontro.
Texto: Vitor Ilis
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), realizou o encontro “Diálogos sobre Saúde Trans: Lançamento da Consulta Pública e Reflexões sobre Ambulatórios Trans no Mato Grosso do Sul”. A iniciativa foi promovida em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Secretaria de Estado de Cidadania (SEC), por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para a População LGBTQIA+ (SubsLGBTQIA+).
A coordenadora do Nudedh, defensora pública Thaisa Raquel Defante, representou o defensor público-geral, Pedro Paulo Gasparini, e presidiu o evento.
“Estamos dando visibilidade ao funcionamento e à habilitação do ambulatório trans, que é uma conquista para a população LGBTQIA+. Também estamos apoiando a SES nesta consulta pública para que possamos construir o melhor funcionamento do ambulatório, de modo que ele atenda todas as pessoas. É um passo importante na luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+”, destacou a coordenadora.
O encontro aconteceu no auditório da Escola Superior da Defensoria de MS (ESDP), onde os participantes foram recepcionados pelo diretor da instituição, defensor público Igor César de Manzano Linjardi.
Público presente no auditório da ESDP.
A programação trouxe palestras sobre o assunto. A assistente social, especialista e mestranda em Saúde da Família, mulher trans Bel Silva, abordou o tema “Humanização no Atendimento de Saúde: Desafios e Oportunidades”.
“Este é um evento muito importante, e minha participação visa contribuir com minha experiência como assistente social atuando na área da saúde e compartilhar um pouco dos desafios e das barreiras que nós, como população trans, enfrentamos diariamente para acessar a saúde”, relatou.
Bel Silva, assistente social, abrindo o ciclo de palestras.
O psicólogo, coordenador estadual do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (Ibrat/MS) e secretário do Conselho Regional de Psicologia, homem trans João Vilela, discutiu a respeito da “A Voz da Comunidade Trans: Como contribuir para um atendimento de qualidade”.
“É mais do que necessário promover eventos como esse, especialmente a consulta pública, para que possamos criar uma linha de atendimento que seja efetiva e que atenda a população. Saúde pública é algo essencial. Então, o tema é mais do que importante”, ressaltou.
O psicólogo João Vilela durante sua palestra no evento.
A iniciativa foi encerrada pela assistente social e sanitarista, especialista em saúde pública e psicologia organizacional, mestre e doutoranda em saúde e desenvolvimento, Lesly Lidiane, que apresentou “A Consulta Pública como Estratégia na Revisão da Linha de Cuidado Estadual do Ambulatório Trans”.
“A nossa missão é trazer para todas as pessoas a importância de revisar nossa linha de cuidado com o ambulatório trans. Essa é uma estratégia que busca a participação da comunidade e dos profissionais de saúde, para aprimorar o atendimento, melhorar o fluxo que mudou e, principalmente, oferecer um serviço humanizado e inclusivo”, apontou.
A assistente social Lesly Lidiane em apresentação da consulta pública para a população trans.
Ainda segundo a defensora pública e coordenadora do Nudedh, o debate traz novas perspectivas. “Este é um momento histórico, de construção coletiva, e algo a ser celebrado. Fico muito feliz e agradeço a presença de todos, todas e todes”, finalizou.