Texto: Guilherme Henri
Após os ataques no entorno da Reserva Indígena Federal de Dourados, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul pediu uma série de providências aos órgãos ligados a segurança pública e a questão indígena em âmbito federal.
Conforme o coordenador do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e da Igualdade Étnica Racial (Nupiir), defensor público Lucas Colares Pimentel, desde a intervenção da Defensoria a comunidade não sofreu mais ataques.
Depois do episódio, a instituição de imediato realizou diversas visitas técnicas na área.
O objetivo foi o de proceder ao atendimento das vítimas e colher relatos dos indígenas sobre os ataques para, então, tomar as medidas necessárias.
“Os relatos no local são de que, entre os dias 15 e 16 deste mês, um grupo armado atirou contra os indígenas e ainda atearam fogo em casas existentes no local. As assistidas e assistidos disseram ainda que, durante a ação, precisaram ficar escondidos em meio ao mato”, detalha o coordenador.
Além dos relatos dos ataques, mulheres indígenas também confidenciaram que em meio ao ataque, integrantes ainda gritavam ameaças de violência sexual.
“Em conjunto com a Defensoria Pública da União, foram oficiados sobre os ataques o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania e a Polícia Federal”, detalhou o coordenador.
Após os pedidos de providências, a Defensoria por meio do coordenador do Nupiir, assessora jurídica Bianca Cavalcante Oliveira e também Elis Fernanda Corrado realizaram uma mediação entre a comunidade e os agentes de segurança pública, após uma tentativa da Polícia Federal de realizar diligências na área.
“A Defensoria realizará uma nova reunião com os órgãos envolvidos com a segurança da população indígena para traçar um plano de ações considerando as especificidades culturais da comunidade”, pontua o coordenador.