Texto: Danielle Valentim
A terceira live do webnário "Povos Indígenas: desafios e potencialidades para o exercício de direitos" aconteceu no dia 13 de abril. O evento foi realizado pela Escola Superior da Defensoria Pública de MS (ESDP) em alusão ao mês dos Povos Indígenas.
No evento, a diretora da ESDP, defensora pública Cláudia Bossay Assumpção Fassa, recebeu a cientista social Jaqueline Gonçalves Porto; a doutora e mestre em antropologia Rosiani Rodrigues de Almeida; e como debatedora a defensora pública de Segunda Instância, Neyla Ferreira Mendes.
Iniciando a palestra, Rosiani destacou as dimensões das violências sofridas pelos povos indígenas e os povos de terreiro.
"É necessário muito enfrentamento sobre a mobilização por direitos. Há um cenário bastante complexo em que as formas de vitimização são diversas", pontuou.
Diretamente da Esplanada dos Ministérios em Brasília, a cientista social Jaqueline, que é mestranda em Antropologia, pontuou a intolerância religiosa dentro das comunidades.
"Esse tema é muito caro para nós. Uma consequência da invasão das igrejas em nossos territórios. O avanço do branqueamento dos nossos costumes e tradições. Isso tem trazido a violência contra as mulheres indígenas e, também, contra as mulheres que se levantam para falar pelas mulheres indígenas", pontuou.
A defensora pública de Segunda Instância, Neyla Mendes, questionou até que ponto o sistema de justiça pode invalidar ainda mais a luta contra a intolerância religiosa.
“Ouvir a angústia da Jaqueline é muito difícil, principalmente, porque eu pude ver o que está acontecendo nos territórios de Mato Grosso do Sul. A situação dos povos indígenas no Estado e o que discutimos aqui pode ser levado ao Brasil todo. Até onde o fato da invisibilidade que o sistema de justiça coloca em relação à intolerância religiosa pode redundar nessa naturalização das pessoas?", questionou a defensora pública.
Confira a resposta deste questionamento e o evento completo AQUI.