Texto: Danielle Valentim
A live da série “Vamos Pensar Direito” realizada pela Escola Superior da Defensoria Pública de MS (ESDP-MS) debateu o "Racismo no Brasil: o dito e o não dito".
O evento, sob coordenação pedagógica da diretora da ESDP, defensora pública Cláudia Bossay Assumpção Fassa, recebeu o convidado especial Paulo Alberto dos Santos Vieira, que é doutor em Sociologia, professor adjunto e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado de Mato Grosso.
“Cabe demarcar que o preconceito, o racismo e a discriminação não são assuntos novos. O debate sobre raça, por exemplo, é datado no século XV, quando começou a ser uma categoria importante para classificar pessoas. Entretanto, essa classificação passa a admitir uma hierarquia. Sabemos, também, que não existe raça do ponto de vista biológico. A raça é uma só, a raça humana, mas isso não isentou que grupos étnicos raciais fossem classificados”, iniciou o palestrante.
Na mediação do evento, o titular da 1º DP de Bela Vista, defensor público Yuri Novaes Magalhães, questionou a falta de debates racializados no judiciário.
“A raça nesse lugar do ‘não dito’, por entender que esse conceito de racismo é uma estrutura de poder, um sistema estruturante, me parece que ele perpassa por todos os sistemas existentes sociologicamente falando. O sistema de justiça, por exemplo, é um sistema que nos norteia, ele é a produção da força, de regulação e poder, e a Constituição não traz a palavra preto, negro. Ela (Constituição Federal) fala no final, de indígenas, um pouco nos atos transitórios de comunidades quilombolas. O questionamento é, já que eu estou dentro do sistema de Justiça, o que leva essa invisibilidade, esse ‘não dito’, no sistema de justiça em não haver debates racializados e racializantes também?”, questionou o defensor.
O evento completo está no canal da ESDP no YouTube, assista AQUI.