Atenção à Saúde Mental de Crianças e Adolescentes e o atendimento na rede pública foi o tema discutido no primeiro evento do ano da Escola Superior da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (ESDP).
Com grande participação de público, o evento teve a coordenação pedagógica da diretora da ESDP, defensa pública Cláudia Bossay Assunpção Fassa.
De maneira remota, a temática foi amplamente discutida pela convidada especial, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Carolina Ametlla Guimarães; pela coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca), defensora pública Débora Maria de Souza Paulino; pelo coordenador do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), pelo defensor público Mateus Augusto Sutana e Silva; e pela coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde Pública, às Pessoas com Deficiência e dos Idosos, defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz.
“O primeiro encontro marca o início do ano acadêmico da ESDP com uma importante discussão, que é a saúde mental das crianças e adolescentes. Além disso, compõe uma série de grandes debates que é o quadro ‘Pensando Direito’ em que, preferencialmente às quartas-feiras, uma temática será esplanada por profissionais renomados”, disse a diretora da ESDP na abertura do encontro.
Saúde Mental
Em sua palestra, Ana Carolina Ametlla Guimarães fez uma exposição focada no tratamento da saúde mental para jovens dependentes de álcool e drogas.
“Enquanto política pública, é algo ainda muito recente. A principal questão quanto ao tratamento é a vulnerabilidade dessa população que, normalmente, são crianças e adolescentes submetidos a adultos que também apresentam grandes limitações sociais e questões de saúde mental”, destacou.
Debate
No início das discussões, o coordenador do Nudedh apresentou dados preocupantes quanto à saúde mental de crianças e adolescentes.
“Segundo a organização pan-americana, as condições de saúde mental são responsáveis por 16% de todas as doenças de pessoas entre 10 e 19 anos. Em todo mundo, a depressão é uma das principais causas das doenças e incapacidades dos adolescentes. Além disso, o suicídio é a terceira principal causa de morte entre o público de 15 a 19 anos. Assim, a promoção da saúde mental é imprescindível para revertermos esse quadro tão grave”, considerou.
Na sequência, a coordenadora do Nudeca pontuou que diariamente a Defensoria lida com inúmeros casos de crianças e adolescentes envolvidos com a dependência química. “No desenrolar do atendimento, é notório que em muitas situações há o fator da saúde mental, como a depressão ou outras patologias mentais, e geralmente estão diretamente ligados a conflitos familiares. Essa situação tem nos preocupado e estamos diuturnamente buscando maneiras e mecanismos para assegurar os direitos dessa parcela da população”.
Por fim, a coordenadora do Naspi considerou o preconceito que o tema ainda recebe. “A sociedade, de uma maneira geral, considerava que quem tinha problemas relacionados à saúde mental era ‘louco, doido’, o que sempre prejudicou a possibilidade de tratamento, porque as pessoas se envergonhavam da necessidade de buscar ajuda, o que consequentemente reflete principalmente, até hoje, em comunidades ou famílias em situação de vulnerabilidade e sem acesso à informação”.
Assista ao debate completo aqui.