Texto: Danielle Valentim e Guilherme Henri
A Defensoria Pública de MS, por meio do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), se reuniu, nesta quarta-feira (19), com a embaixadora da Venezuela no Brasil, María Teresa Belandria Expósito.
A instituição foi representada pelo coordenador do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), defensor público Mateus Augusto Sutana e Silva. Conforme o coordenador, a Defensoria Pública de MS tem acompanhado de perto a situação do acolhimento dos imigrantes.
“Em reunião realizada recentemente com a rede de migrante, identificamos que não existe um plano municipal de atendimento na Capital. O encontro virtual que tivemos faz parte de mais um dos desdobramentos de um Procedimento de Apuração Preliminar (PAP) 027 de 2019, instaurado pela instituição para investigar a existência de políticas públicas voltadas aos refugiados e imigrantes. Um dos principais problemas, além da atual falta de documentação, é a falta de tradutor durante à prestação de serviços, o que se mostra necessário, dado o aumento significativo de atendimentos”, destaca o defensor público.
No encontro, que aconteceu na sede da Fraternidade Sem Fronteiras (FSF), a diplomata elogiou a forma como órgãos e entidades têm recebido os estrangeiros. No entanto, reforçou que os venezuelanos precisam de documentos, nesta fase migratória.
A embaixadora estima que cerca de seis mil venezuelanos vivam em MS e a missão da comitiva no Estado é realizar um mutirão para emissão de documentações.
“Neste momento um dos principais problemas é a falta de documento. O fluxo migratório de 2018 a 2020, antes da pandemia, era regular com documentação. Hoje, há muitos casos de venezuelanos nas esquinas e sem documentos. A segunda coisa é a língua. Eles querem recomeçar, mas quando não conseguem se inserir na sociedade, passam a somar outros problemas”, frisa a embaixadora.
Irmã Rosane Costa Rosa, da Pastoral do Migrante, classifica o progresso da migração venezuelana ao Brasil e, consequentemente, ao MS, em três fases.
“A 1ª característica, é que há dez anos a migração venezuelana era de pessoas que vinham com graduação e trabalho. A 2ª é que, a partir da crise político-econômica da Venezuela, deu-se início ao intenso fluxo migratório. A 3ª característica são dos que têm chegado agora e permanecido nas ruas”, pontua.
Segundo a coordenadora da Associação de Venezuelanos, Mirtha Carpio, a ideia do encontro foi reunir órgãos que apoiam a causa e apresentar o trabalho de acolhimento realizado em Campo Grande à embaixadora.
“Como Associação, entramos em contato com a assessoria do consulado, que intermediou este encontro. O movimento para emissão de documentos que acontece na Capital e também em Dourados foi limitado, mas queremos ampliar”, pontua a coordenadora.
Contato para apoio - Os venezuelanos que necessitarem de apoio no Estado podem procurar ajuda por meio da Associação Venezuelana em Campo Grande. O telefone para contato é (67) 99652-0338. Ou então acessar o site br.embajadavenezuela.org .