(Texto: Guilherme Henri)
O papel da Defensoria Pública na consolidação dos direitos indígenas, religiosidade e saúde mental foram debatidos nos dois últimos encontros virtuais do Webnário Abril Indígena realizado pela Escola Superior e Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica (Nupiir).
“O webnário foi pensado para que todos aprendessem um pouco mais da cultura e tradição dos indígenas. E o mais importante é que esse conhecimento foi passado por meio de representantes destes povos”, pontuou a coordenadora do Nuppir, defensor pública de Segunda Instância, Neyla Ferreira Mendes. Coordenadora do Nuppir, defensora pública de Segunda Instância Neyla Ferreira Mendes.
A cientista social e mestra em antropologia social Lucia Pereira abordou sobre a religiosidade e conflitos.
“Dentro das comunidades indígenas quando alguém adoece um rezador é procurado. O seu tratamento consiste em receita de ervas medicinais e reza para aliviar as dores espirituais. Contudo, a invasão de outras religiões dentro dessas comunidades gera inúmeros conflitos porque essa rica cultura passa a ser marginalizada como ‘macumba’ ou mesmo ‘bruxaria’”, esclareceu a palestrante. Palestrante Lucia Pereira.
No painel seguinte, Fernando da Silva Souza, líder indígena e graduado em Administração Rural, falou sobre "Saúde – Subsistema”.
“Foi criado um subsistema de atenção à saúde indígena para ser levado em consideração as especificidades culturais e étnicas das comunidades, mas na prática a gente infelizmente não conseguiu ver muitos avanços. No modelo que temos hoje querem nos tratar como se não houvesse diferença alguma entre os territórios”, afirma o líder indígena. Palestrante Fernando da Silva Souza.
A mestra em Integração Contemporânea da América Latina, Clara Barbosa de Almeida, refletiu sobre "Saúde-Mental - crise e reflexos na violência doméstica”.
“O indígena sofre constantemente todo o tipo de violência. A verbal ou psicológica é a mais presente no nosso dia a dia e, inclusive, a sofremos até quando tentamos buscar nossos direitos em uma situação de violência doméstica, por exemplo”, afirma a especialista. Palestrante Clara Barbosa de Almeida.
Por fim, o advogado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Pós-doutor em Antropologia, Luiz Henrique Eloy Amado, debateu o "Papel da Defensoria Pública na consolidação dos Direitos Indígenas".
“A Defensoria Pública de MS é uma das únicas instituições que compõe o sistema de Justiça que está presente e perto do assistido indígena. Inclusive, a realização deste evento, que deu voz a importantes personagens, é prova disso. Além disso, as constantes visitas técnicas e trabalho dentro das comunidades também falam por si, porque hoje é isso que as aldeias mais carecem: atenção com conhecimento de causa”, ressaltou. Plaestrante Luiz Henrique Eloy Amado.
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