Exame foi realizado em março de 2020, por meio de uma parceria com o Instituto de Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul (IPC).
Texto: Danielle Valentim
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul comunicou, por meio de videochamada, o resultado de um exame de DNA realizado em Naviraí a uma assistida imigrante que, atualmente, mora em Cuiabá-MT. Para o anúncio do resultado da perícia genética, a defensora pública Solange Nobre Torres Jorge teve o apoio de um tradutor da língua crioula haitiana da Capital.
A defensora pública explica que o exame foi realizado em março de 2020, por meio de uma parceria com o Instituto de Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul (IPC), em razão dos assistidos serem imigrantes haitianos e não terem condições de arcar com os custos do exame.
“A direção do IPC sempre socorre a comarca de Naviraí para a realização dos exames, demonstrando comprometimento e respeito com o hipossuficiente e a Instituição”, pontua a defensora.
Ainda conforme a defensora, para a realizar o exame e repassar as informações à assistida foram efetuados vários atendimentos com o apoio de um tradutor de francês, pois, à época, não se conseguiu um tradutor na língua crioula.
“A explicação sobre o teste genético teve de ser feita através de imagens da internet, porque a parte autora (genitora) não compreendia a língua portuguesa e nem francesa. Tentou-se utilizar o Google Tradutor para a comunicação na língua crioula, mas a assistida também teve dificuldades de leitura. Dessa forma, explicamos com imagens e a parte ré (suposto pai) auxiliou na comunicação”, explica a defensora.
O resultado saiu no dia 9 de setembro de 2020, mas a Defensoria Pública não conseguiu localizar as partes, já que a assistida e o assistido mudaram-se da cidade de Naviraí, e não atendiam as ligações dos celulares fornecidos.
Após meses de busca e com ajuda de outros imigrantes, em fevereiro, um colega de trabalho foi até a casa da assistida em Cuiabá para avisá-la sobre o resultado. O suposto pai não foi localizado.
A Defensoria conseguiu um tradutor do crioulo haitiano em Campo Grande para auxiliar na comunicação e, antes da abertura do resultado, a assistida foi devidamente orientada pelo profissional das pessoas que estariam presentes e do seu consentimento para a abertura do documento, já que havia a opção de envio por Correio.
“Foi extremamente gratificante a exteriorização da gratidão efetuada pelos imigrantes, com relação ao empenho da Defensoria, especialmente pelo acolhimento no atendimento e a tentativa de ajudá-los. Pretendo verificar uma parceria com a Assistência Social, Prefeitura, Câmara Municipal, visando a possibilidade de criar um projeto aqui na cidade na tentativa de melhor assistir os imigrantes haitianos, seja com relação à língua, curso de Português, seja com relação às necessidades básicas, como viabilidade de empregos”, finalizou a defensora pública.
Defensora pública Solange Nobre Torres Jorge.