(Texto: Danielle Valentim)
A Escola Superior da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (ESDP), em parceria com o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) e o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca), realizou um debate com o tema "Infância e igualdade de gênero: meninas no centro do debate".
Com a coordenação pedagógica do diretor da ESDP, o defensor público, Igor César de Manzano Linjardi, o evento contou com a mediação das coordenadoras do Nudem e Nudeca, defensora pública, Thaís Dominato Silva Teixeira e defensora pública, Débora Maria de Souza Paulino, respectivamente.
“Este evento foi realizado em alusão ao Dia da Infância e Dia Internacional de Igualdade da Mulher. Além disso, a temática se faz pertinente para promover a educação em direitos, principalmente diante do caso da menina de 10 anos, do Espírito Santo, que precisou passar por um aborto legal”, iniciou o diretor da ESDP.
Em seguida, a coordenadora do Nudem, defensora pública, Thaís Dominato, pontuou que, muitas assistidas adultas, vítimas de violência de gênero, na verdade carregam um ciclo de abusos e agressões desde a infância.
“A pandemia se tornou um cenário cheio de reflexos negativos para as assistidas. Um cenário, como citado pelo diretor Igor, com acontecimentos de extrema violência e revitimização contra uma criança de apenas 10 anos. E, importante lembrar que, este foi um caso que chegou aos nossos olhos, porque muitos não chegam. Diariamente, a Defensoria atende muitas mulheres vítimas de violência doméstica, mas na maior parte, a violência não começou na vida adulta, são mulheres que sofrem desde a infância”, disse.
Opinião compartilhada pela coordenadora do Nudeca, defensora pública, Débora Paulino.
“Viver em uma sociedade patriarcal significa para milhões de mulheres mundo afora uma existência marcada pela violência de gênero. Fato que, se intensifica quando se trata de crianças e adolescentes, que sofrem primeiro por serem mulheres e segundo por serem sujeitos ainda em fase de desenvolvimento. Falar sobre os direitos das meninas é uma responsabilidade cidadã imensurável ainda longe de ser esgotada em toda a sua complexidade”, frisou.
Por fim, a pedagoga, Viviana Santiago, que é gerente de Gênero e Incidência da Plan Internacional Brasil, pontuou a importância de pensar na temática na perspectiva das diferentes camadas da sociedade.
“Conseguir falar de um jeito que as meninas entendam, significa falar para que todas as pessoas entendam. Nesse sentido minha reflexão vem no processo de pensar na infância e na adolescência, mas trazer essa temática no ponto de vista e, consequentemente, em uma abordagem intersecional aqui no Brasil”, destacou a palestrante.
Confira a palestra completa aqui.