Texto: Danielle Valentim
A última palestra em comemoração aos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), realizado pela Escola Superior da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (ESDP) em parceria com o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca), debateu a “Disciplina Positiva: como educar filhos sem violência”.
“Essa é mais uma importante discussão proposta pela ESDP, principalmente, por se tratar da relação de crianças e adolescentes com seus pais e os impactos que a violência familiar pode causar em suas vidas”, iniciou o diretor da ESDP e coordenador pedagógico do evento, defensor público Igor Cesar de Manzano Linjardi.
Em seguida, a coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca), defensora pública, Débora Maria de Souza Paulino, falou sobre os desafios de corrigir um filho durante a pandemia.
“De modo geral as famílias estão mais próximas devido ao isolamento social o que, consequentemente, gera muitos conflitos. Provocamos essa discussão, principalmente com foco na garantia de direitos das crianças e adolescentes. Praticar a disciplina positiva impacta não só no comportamento dentro de casa, mas, na formação de um bom caráter e para o sucesso na escola e na vida”, ressaltou a coordenadora do Nudeca.
Para a palestrante do evento, a terapeuta ocupacional, Mariana Lacerda, as crianças têm os mesmos direitos que os adultos, ao respeito, dignidade e precisam de encorajamento diário.
“Toda vez que a gente não sabe o que fazer diante de um comportamento, é só se perguntar: eu estou mantendo o direito dessa criança ao respeito e dignidade? O pensador Rudolf Dreikurs dizia que ‘uma criança precisa de encorajamento total como uma planta precisa de água’. Uma criança que se comporta mal é uma criança desencorajada. As crianças têm uma necessidade básica de se sentirem amadas e importantes. E de fato muitas crianças só são vistas quando se comportam de forma desafiadora”, pontuou a terapeuta.
Ainda sobre a temática comportamento, o defensor público, Bruno Bertoli Grassanai, titular da 1ª DPE/MS da Infância e Juventude de Dourados, reforçou sobre as consequências das punições violentas.
“O defensor público, Rodrigo Zoccal debateu no primeiro evento sobre os graves problemas na personalidade da criança, que recebe punições severas nos primeiros anos da infância e do desenvolvimento do ‘superego’, no caso, o desenvolvimento da autoestima baixa, do desencorajamento e que no fim só resulta em atos infracionais”, disse.
Na sequência, o convidado, Adriano Leitinho Campos, que é defensor público do Ceará, ponderou que, a disciplina positiva tem ligação direta com a evolução histórica da conquista de direitos das crianças e adolescentes.
“As crianças e adolescentes se espelham nos seus pais e replicam comportamento em suas famílias futuras. É claro que a disciplina positiva não vai permitir que essa criança ou adolescente possa fazer tudo, mas garante que ela aprenda dentro de um processo de disciplina a participar das escolhas dentro de casa”, finalizou o defensor.
Assista ao evento completo no link.