Texto: Danielle Valentim
Criado no Twitter, por vítimas de estupro, assédio ou abuso sexual de todo o Brasil, o movimento #Exposed tem repercutido em Mato Grosso do Sul. A Defensoria Pública de MS apoia a forma de desabafar o episódio traumático, mas orienta que vítimas procurem as delegacias especializadas para uma denúncia formal e futura condenação do autor do crime.
A coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), defensora pública Thaís Dominato, pondera que o movimento #Exposed tem a importância de resgatar a sororidade entre as mulheres e mostrar que as vítimas não são culpadas, mas todas devem denunciar os crimes em órgãos públicos oficiais, para que os casos sejam efetivamente investigados.
“Sem o registro não há abertura de inquérito policial e futura condenação do autor do crime. Reforçamos que o Nudem é uma porta de entrada para orientar essas mulheres sobre as consequências, os cuidados para que não haja revitimização das denunciantes e também em relação aos canais apropriados da denúncia, caso a vontade da mulher seja a persecução penal”, explica a defensora púbica.
A coordenadora destaca, ainda, que se não há consentimento, mas constrangimento e intimidação, é violência sexual. Além disso, “relatar os fatos unindo-se a outras meninas e mulheres em uma rede de apoio mútuo para dizer não ao assédio e ao machismo, é legítimo”.
“Nós reforçamos que, na rede social, evitem dizer quem praticou o fato narrado. O nome deve ser revelado apenas para a autoridade policial”, pontua a coordenadora.