A Defensoria Pública Estadual manifesta integral apoio ao Governo do Estado e àqueles Municípios que, no território do Estado de Mato Grosso do Sul, têm adotado medidas de isolamento social como forma de retardar o avanço da pandemia causada pelo novo coronavírus.
Das pessoas infectadas por esse vírus, cerca de 80% tendem a ser assintomáticas, isto é, não manifestam quaisquer sintomas ou, então, manifesta-os em intensidade de leve a moderada. Para se recuperarem, isolamento e acompanhamento no próprio ambiente doméstico se mostram suficientes.
O problema é que os outros 20% dos infectados demandam cuidados médicos mais diretos. Neste grupo, muitas pessoas precisam de internação em ambiente hospitalar, pois desenvolvem síndrome respiratória aguda grave e uma parcela delas, inclusive, necessita de leito em UTI – Unidade de Terapia Intensiva, com respirador mecânico.
Caso milhares de pessoas sejam infectadas em um curto espaço de tempo, o número das que precisarão de cuidados médicos especializados será muito maior do que a rede instalada dos sistemas público e privado de assistência à saúde pode absorver.
Nos últimos anos, a Defensoria Pública Estadual tem sido procurada para atuar cada vez mais em um fenômeno que se repete Brasil afora: a judicialização na área da saúde. Isto leva à conclusão de que, se a rede de saúde já tem apresentado limitações, o acréscimo agora provocado por um grande número de pessoas com COVID-19 produzirá uma situação de completo colapso.
No Estado de Mato Grosso do Sul há apenas 377 leitos de UTI vinculados ao SUS – Sistema Único de Saúde e outros 138 em hospitais particulares. Uma vez ocupados, os novos pacientes que deles precisarem – seja por qual motivo for – não conseguirão o atendimento imprescindível de que necessitam, face ao que o número de óbitos tende a ser grande, segundo projeções estatísticas.
Para atenuar esse cenário catastrófico de mortes evitáveis, é preciso diminuir, sim, o contato social.
Suspensão de aulas, limitação ao funcionamento do comércio, imposição de barreiras sanitárias e até mesmo “toque de recolher” são medidas drásticas, porém indispensáveis para salvar o maior número de vidas possível.
No cenário internacional, por exemplo, a cidade de Milão, na Itália, fez campanha contra as medidas de isolamento para conter a COVID-19. Depois de um mês, quando o número de mortos passou a ser contado aos milhares, arrependeu-se e passou a defendê-las.
Aprendamos, portanto, com os erros alheios a fim de que não os repitamos aqui.
Fique em casa!